Em meados de março tive a chance de ter este contato com os organizadores do projeto e com os novos integrantes que fizeram uma sessão especial de surf que aproveitei para registrar dentro d`água. Depois segui com todos eles ao Cantagalo e vi a casa que alguns moravam e também a sede do projeto. Andei por tudo lá e foi uma experiência única...que realmente mexeu comigo.
O que me motivou a procurar o Simão e aproveitar a chance de fotografar e escrever sobre os meninos, foi a vontade de saber mais sobre o universo que o documentário Rio Breaks estava abordando. O roteirista do filme ( que acabou de ser lançado no Festival do Rio e já está sendo lançado mundialmente) Vince Medeiros é uma pessoa que admiro muito e que me contou com empolgação sobre as filmagens que estavam sendo feitas e como o surf pode ser uma alternativa de vida para estes moleques que têm uma realidade tão dura.
Após conviver com eles e ver todas as dificuldades que os organizadores passam, procurei escrever uma matéria da melhor maneira possível e fui atrás de um veículo que podesse dar um bom destaque para mostrar a situação deles. Só de pensar que motivados pela prática esportiva esses meninos podem dar um rumo diferente em suas vidas já é razão suficiente para querer ajudar como puder. Quando estão dentro d`água ficam felizes e realizados. Percebi que são crianças como qualquer outras, que tem sonhos, desejos, mas o diferente aqui é que eles convivem muito perto com a violência e as alternativas de vida são muito poucas. E aí que o surf entra, pode ser uma alternativa libertadora.
O menino que mais me impressionou foi o pequeno Pikachu de apenas 8 anos de idade. Mesmo tão novinho ele já tem um talento fenomenal....ao olhar ele pensei que quero voltar ao Cantagalo daqui há alguns anos e ver que ele cresceu, seguiu no esporte e virou um Simão Romão. Ou melhor, voltar e ver aquela sede do Projeto bem cuidada, com apoio e com muitos meninos engajados no projeto. Quem se habilita a fazer algo por esta galera???